Liberdade de Culto
Hilton Coelho defende Estado laico e liberdade de culto
Vereador reforçou a luta contra a intolerância religiosa
No Dia Nacional Contra a Intolerância Religiosa, celebrado 21 de janeiro, o vereador Hilton Coelho (PSOL) lembrou que o Brasil não tem mais uma religião oficial e destacou a importância do combate à intolerância religiosa.
"O que verificamos é que as religiões afrobrasileiras ainda sofrem discriminações, atentados contra seus zelados, seus templos, frequentadores por aquilo que acreditam. Há falta de conhecimento e desrespeito à diversidade. Queremos e exigimos que a Lei Federal nº 11635, sancionada no dia 21 de abril de 2007, sirva como um março para que se exerça a mais completa liberdade de culto", defendeu Hilton Coelho.
O vereador também lembrou a morte da iyalorixá Gildásia dos Santos e Santos (Mãe Gilda), que faleceu também no dia 21 de abril, em 2000, vítima de infarto causado após forte perseguição ao seu culto. Hilton Coelho afirma também que a intolerância religiosa se mesclou ao racismo e ao extremismo político, produzindo massacres e genocídios.
Para mim, a intolerância deve ser combatida não com os seus próprios métodos, mas ao contrário, com a firme defesa dos direitos humanos e a difusão dos valores democráticos. O Brasil é uma nação que abriga todas as etnias e, portanto, muitas religiões. A liberdade de culto e o respeito por todas as religiões são condições para um convívio social pacífico, ao mesmo tempo em que enriquecem nossa gama cultural. Em um Estado laico, como é o nosso, é fundamental que existam mecanismos sociais que garantam a liberdade religiosa dos diversos grupos" , defendeu Hilton.
O vereador visitou recentemente o Parque São Bartolomeu em companhia do presidente do PSOL de Salvador, Hamilton Assis, e afirma que o local representa um ataque às raízes das religiões de matriz africana. "O que vimos foi uma degradação muito grande da área considerada sagrada para o candomblé. Por ironia, as empresas que estão lá atuando em tese para recuperar o Parque São Bartolomeu estão produzindo entulhos largados sem o menor controle ou método. Se, logo na entrada, presenciamos um absurdo desse podemos imaginar como deve estar a área interna", afirma Hamilton Assis.
Hilton Coelho finaliza lembrando que o escritor baiano Jorge Amado, quando eleito deputado federal, em 1945, pelo Partido Comunista Brasileiro (PCB), participou da Assembleia Constituinte, em 1946, tendo sido autor da Lei da Liberdade de Culto Religioso.
"Não podemos esquecer que aquilo que sistematicamente destrói a crença, vida e autoestima de um povo representa mais uma das várias formas pelo qual o preconceito racial e o racismo se apresentam. Quando um grupo escolhe outro para se impor, afirmar superioridade e lutar pelo extermínio de suas crenças é sem sombra de dúvida uma prática racista. E é isso que constatamos com a intolerância religiosa que devemos combater", concluiu Hilton Coelho.
Fonte: JusBrasil